" Nem só virtuosismo escolástico, pois sem coração não há arte, nem só inspiração plástica, pois sem técnica não há estilo: fusão estética do corpo e da alma ardendo nas regiões etéreas do sonho."

                                                                  Margarida de Abreu                                                                             

 

Nasceu e mora em  Oeiras e iniciou a  sua formação em Dança Clássica e  moderna aos 5 anos, em Carcavelos, com a professora Ana Mangericão, pela metodologia da Royal Academy of Dance e Imperial Society of Dance. Mais tarde teve formação com professores como Peter Michael Dietz, Sofia Neupart, Palmira Camargo, Julio Barbosa, Pedro Carneio e Rui Horta e Pia Kramer.

       Licenciou-se em Dança pela Escola Superior de Dança de Lisboa e frequenta, com regularidade, de verão do Conservatório Nacional de Dança, pelo método vaganova com a professora Natalia Iananis, onde também completou o curso de metodologias Vaganova para o 1ª e 2º ano. Estudou terapia pelo movimento em Montemor o Novo, no Espaço do Tempo, com a psicóloga Pia Kraemer no seminário “O Corpo que Pensa”e lecciona Dança Clássica, Dança Criativa, Barra de Chão e Dança Contemporânea, tanto a crianças como a adultos, em colégios, escolas primárias, escolas de dança e Sociedades Recreativas e Culturais .Embora também ensine dança criativa, é na Dança Clássica, e aulas de barra de chão, que tem uma experiência mais vasta, podendo dizer que é o género com que mais se identifica e que mais a identifica e uma linguagem que se tornou também a sua.

Paralelamente à  sua formação em dança, frequentou a faculdade de Biologia dos Açores, no curso de Biologia Marinha, e cmpletou o curso de Jornalismo  do Cenjor e de escrita jornalistica através da Etic.

 

       Familiarizarmo-nos com a linguagem do movimento aumenta as possibilidades de encontrarmos expressão para o nosso eu, descobrindo, assim, simultaneamente, a função do corpo e também a sua poesia.  Descobrir com alegria e espanto que temos um corpo que se move no espaço e no tempo. Como se move? Quando se move? O que sentimos quando temos consciência do que esse corpo pode fazer, do espaço que este ocupa e de que somos também esse mesmo corpo? O nosso corpo foi feito para o movimento, apenas podendo apreender o mundo que o cerca através também de movimento. Assim, a criança ou o adulto, torna-se consciente, para além dele próprio, das variantes de tempo, ritmo, espaço, direcções, tamanho e niveis (na dança criativa são trabalhados todos os niveis de movimento); ganha noção e controlo sobre o movimento, liberdade, equilíbrio, resistência e constroi a sua auto-imagem, neutralizando sentimentos de angústia, nervosismo, stress e violência. Esta dimensão da dança procura o desenvolvimento holístico da pessoa humana, não esquecendo o seu lado espiritual. O professor deve apenas estimular e preencher a necessidade de movimento inerente à criança ou adulto, aumentando a expressão através do mesmo, permitindo-lhe crescer com alegria e envolvimento consigo próprio e com o mundo que o cerca. Este prazer de descobrirem novas sensações que a dança lhes faculta irá acompanhá-los para o resto das suas vidas; o prazer de se encontrarem “inteiros”, numa unicidade entre corpo e mente.

 

        Acredito na importância fundamental que a Dança Clássica tem na formação da pessoa humana, como método de excepção na estruturação da personalidade e consciência de si. Acredito que a descoberta da linguagem do movimento estimula o desenvolvimento da criança, ou adulto, de uma forma holistica e harmoniosa e deixa uma semente, uma herança, em cada um de nós, que nos acompanhará para sempre: a descoberta de um outro espaço e de um outro tempo, onde corpo, mente e espirito se encontram num lugar onde se vive o presente de uma forma intensa e apaixonada, na  descoberta da possibilidade de comunicarmos através de movimento e de como isso nos faz sentir bem!

 

                                                                                                                                                                                      Rita Marques Pinto